Com novo aumento, veja quanto deve ficar a gasolina no Ceará e se valerá a pena abastecer com álcool

O retorno dos tributos federais sobre o produto deverá fazer a gasolina voltar a ultrapassar patamar de R$ 6; veja valores

Escrito por Redação ,
Posto de gasolina
Legenda: Valor já deve começar a subir nesta quarta-feira (1º)
Foto: Ismael Soares / SVM

O retorno da incidência de tributos federais sobre a gasolina elevará em R$ 0,47 o custo desse combustível por litro, conforme informou, no fim da tarde desta terça-feira (28), o ministro da Fazenda Fernando Haddad. Contudo, o preço final para o consumidor deverá ter um acréscimo menor, de R$ 0,34, com a redução de R$ 0,13 anunciado no mesmo dia pela Petrobras.

No Ceará, o preço do produto deve voltar a ultrapassar o patamar de R$ 6 na maioria dos postos. A alta já deve começar a chegar nas bombas a partir desta quarta-feira (1º).

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Além da gasolina, o Governo Federal anunciou que retornaria também com a oneração sobre o etanol, cujo impacto nas bombas deverá ser de R$ 0,02 por litro.

Segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), até ontem, o valor médio da gasolina comum era de R$ 5,73 no Ceará. O preço mínimo registrado foi de R$ 5,25, enquanto o máximo chega a R$ 5,99.

Na tarde dessa terça, o Diário do Nordeste encontrou postos de Fortaleza praticando valores de R$ 5,45, R$ 5,59, R$ 5,79 e R$ 5,99. 

O etanol vai passar a compensar?

Apesar de o etanol subir apenas R$ 0,02, ainda assim o produto continuará sendo desvantajoso quando comparado a gasolina. Isso porque o valor médio da gasolina deverá passar a R$ 6,07, enquanto do etanol, será de 4,67. Considerando que o do segundo deve ser no máximo 70% do primeiro para valer a pena, o preço do álcool deveria ser, no máximo, R$ 4,25.

"Já para o diesel, haverá um impacto de redução de preço para o consumidor final, já que a desoneração dele expirará em 31 de dezembro", explica o consultor na área de petróleo e gás, Bruno Iughetti.

Por que haverá novamente a tributação?

Em junho de 2022, por força da Lei Complementar 194/22, houve o corte do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) para baixar o preço dos combustíveis. Para se ter ideia, esse tributo estadual fez a tarifa cobrada sobre a gasolina despencar de 27% para 18% no Ceará.

A mudança da alíquota foi articulada pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL), com o objetivo de reduzir o custo antes das eleições. Naquele período, a Petrobras praticou diversas correções, consequentemente, a inflação disparou.

Para conseguir estancar os aumentos, os impostos federais (PIS/Cofins e Cide) também foram alterados, mas com uma diferença: as alíquotas foram reduzidas apenas até o fim daquele ano. Já os percentuais dos estados ficaram menores definitivamente.

No primeiro dia deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou uma medida provisória (MP) para esticar a isenção dos impostos federais sobre os combustíveis por mais 60 dias. Depois do prazo, a medida foi reavaliada.

O governo decidiu, então, voltar com parte da tributação, considerando que a perda dessa arrecadação diminuiria a capacidade de investimento em áreas prioritárias para a população. A previsão era de que a desoneração gerasse prejuízo de R$ 52 bilhões aos cofres públicos em 2023.

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