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Por Redação, do Um Só Planeta

Nos últimos anos, a produção de baterias de íons de lítio ganhou escala industrial. Famoso por alimentar veículos elétricos e aparelhos eletrônicos, o metal tem, no entanto, um custo ambiental preocupante, associado principalmente à mineração. A extração de lítio pode causar depleção e contaminação das reservas de água subterrâneas e do ar.

O fotógrafo alemão Tom Hegen documentou os rastros da atividade na sua mais recente série “Triângulo de Lítio”. São imagens aéreas impressionantes dos campos de extração do metal na América do Sul, que concentra metade das reservas mundiais no Chile, Argentina e Bolívia.

As imagens mostram a extração no Salar de Atacama, no norte do Chile, onde é possível ver gigantescas piscinas escavadas nas salinas se estendendo até o horizonte. A paisagem multicolorida resulta das diferentes concentrações de sal e elementos químicos como magnésio, potássio e cálcio.

Foto da série "Triângulo de Lítio", do fotógrafo Tom Hegen: imagens mostram lado controverso da mineração de lítio.  — Foto: Tom Hegen/Instagram
Foto da série "Triângulo de Lítio", do fotógrafo Tom Hegen: imagens mostram lado controverso da mineração de lítio. — Foto: Tom Hegen/Instagram

Apesar do visual quase etéreo, a extração de lítio tem um lado sombrio. Segundo um relatório da organização Friends of the Earth (FoE), à medida que a demanda aumenta, "os impactos da mineração afetam cada vez mais as comunidades onde essa extração prejudicial ocorre, comprometendo seu acesso à água”.

Para a produção do metal, é necessário bombear grande quantidade de água dos lençóis freáticos, o que pode prejudicar o fornecimento para fazendeiros e comunidades da região do Atacama. Para o fotógrafo, é paradoxal que países industrializados na Europa, China e América do Norte anunciem a mobilidade elétrica como uma solução "verde" à custa do ambiente natural em países do outro lado do mundo.

"Continuar a extrair e queimar combustíveis fósseis também não é uma opção. Precisamos entender o valor de todos os recursos e como o progresso supostamente positivo pode impactar em outros lugares", pondera Hegen. "Nossa fome interminável pelos mais recentes dispositivos eletrônicos que são movidos por baterias de íons de lítio está aumentando a crise mineral. E a transformação da eletromobilidade está gerando uma demanda sem precedentes por lítio", diz.

O fotógrafo destaca alguns números da presença do metal no cotidiano: "uma bateria de smartphone contém de dois a três gramas de lítio; um carro elétrico precisa de cerca de 20 a 30 kg de lítio", escreve. Parte da reposta para o problema, segundo ele, passa por refrear o atual ritmo de produção e consumo no mundo. Outra forma de mitigar efeitos colaterais é através do desenvolvimento de baterias alternativas com materiais menos tóxicos e mais facilmente acessíveis, como ferro e silício, destacou Hegen em entrevista à Euronews citando estudo de pesquisadores na área.

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